Xangô é a atitude digna, a fortaleza, a decisão final, nos mostra que a justiça está acima de tudo e que, sem ela, nenhuma conquista vale a pena, e o respeito pelo rei é mais importantes que o medo.
Mitologia
Filho de Bayani e marido de Iansã, Obá e Oxum, Xangô nasceu para reinar, para
ser monarca e, como Ogum, para conquistar e solidificar, cada vez mais, sua
condição de rei.
Uma das lendas que mostra bem o senso de justiça de Xangô, é aquela conta a
história de uma conquista, feita pelo deus do trovão.Xangô, acompanhado de
numeroso exército, viu-se frente à frente com o exército inimigo. Seus
opositores tinham ordens de não fazer prisioneiros, destruir o inimigo, desde o
mais simples guerreiro até os ministros e o próprio Xangô. E, ao longo da
guerra, foi exatamente o que aconteceu. Aqueles que caíam prisioneiros dos
exércitos inimigos de Xangô eram executados sumariamente, sem dó ou piedade,
sendo os corpos mutilados devolvidos para que Xangô visse o suposto poder de seu
inimigo.
Batalhas foram travadas nas matas, nas encostas dos morros, nos descampados.
Xangô perdeu muitos homens, sofreu grandes baixas, pois seus inimigos eram
impiedosos e bárbaros.
Do alto da pedreira, Xangô meditava, elaborava planos para derrotar seu
inimigo, quando viu corpos de seus fiéis guerreiros serem jogados ao pé da
montanha, mutilados, com os olhos arrancados e alguns com a cabeça decepada.
Isto provocou a ira de Xangô que, num movimento rápido e forte chocou seu
machado contra pedra, provocando faíscas tão fortes que pareciam coriscos. E
quanto mais forte batia mais os coriscos ganhavam força e atingiam seu
inimigo.
Tantas foram as vezes que Xangô bateu seu machado na rocha, tantos foram os
inimigos vencidos. Xangô triunfara, saíra vencedor. A força de seu machado de
emudeceu e acovardou inimigo.
Com os inimigos aprisionados, os ministros de Xangô clamaram por justiça,
pedindo a destruição total dos opositores. Um deles lembrou Xangô:
- Vamos liquidá-los a todos. Eles foram impiedosos com nossos guerreiros!
- Não! – enfatizou Xangô – meu ódio não pode ultrapassar os limites da
justiça! Os guerreiros cumpriam ordens, foram fiéis aos seus superiores e não
merecem ser destruídos. Mas, os líderes sim, estes sofrerão a ira de Xangô.
E, levantando seu machado em direção ao céu, Xangô gerou uma seqüência de
raios, destruindo os chefes inimigos e liberando os guerreiros, que logo
passaram a servi-lo com lealdade e fidelidade.
Assim, Xangô mostrou que a justiça está acima de tudo e que, sem ela, nenhuma
conquista vale a pena, e o respeito pelo rei é mais importantes que o medo.
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