Encontro ecumênico em homenagem a Dom Helder Câmara

As palavras da Tenda de Oxóssi a Dom Helder:


"Se dou comida a um pobre, me chamam de santo, mas se eu pergunto por que ele é pobre, me chamam de comunista”.

Começo assim, repetindo as palavras de Dom Helder Câmara a falar deste homem que mais do que um sacerdote, um representante da igreja Católica, foi acima de tudo um irmão que se colocou ao lado de todos os outros irmãos e que lutou pela igualdade e pela dignidade humana, principalmente daqueles que vivem à mercê da honra de ser aceita pela sociedade que às vezes se diz tão humana, mas que se esquece do próprio ser humano que a constrói.

Dom Helder construiu um legado. Deixou para história sua dedicação e o amor ao próximo e hoje é lembrado com muita honra pelo que fez pelo que defendeu, pela defesa que fez aos menos favorecidos e pelo papel que assumiu perante todos quando o Brasil vivia um regime de opressão.

Mas felizmente este tempo passou. O Brasil vive hoje num regime democrático, livre do terror de ditadura. Mas olhemos para outro lado, o que mudou às margens da nossa sociedade? Quem hoje defende aqueles que têm fome, com tanto fervor? A exclusão não é só das pessoas menos favorecidas. Infelizmente vivemos em uma sociedade que ainda vira os olhos para os irmãos de outra cor, de outra raça, de outra religião. Dom Helder estava acima disto, ele estava acima das religiões.

A Umbanda mesmo é um exemplo da exclusão. Para quem não sabe somos uma religião brasileira fundada no inicio do século passado na cidade de Niterói. A quem seguimos? O Deus, o pai criador. Aquele que em prova de seu amor mandou para Terra o seu único filho para nos salvar. Aquele que sem restrição criou a cada um de nós e nos chama de filhos. E se somos filhos do mesmo Deus, por que o preconceito? Por que a exclusão? Por que outras religiões de origem Africanas ou as chamadas “mesas brancas” são ainda tão rejeitadas? Será que é porque os nossos seguidores foram os irmãos negros e escravizados? Os índios que foram proibidos por séculos a fazerem a suas adorações?

O amor é o perfume das almas”, dizia Dom Helder. Então que este perfume possa ser exalado por todos para que possamos juntos ser homens e mulheres de bem, para que possamos ter almas iluminadas pelo amor de Deus.

Deixemos de lado, a partir de hoje todo o preconceito, toda exclusão, toda rejeição pelos nossos irmãos mais necessitados. Sejamos fortes para lutar contra os opressores em favor daqueles que passam fome e contra aqueles que agem de maneira destrutiva e que causam a fome.

Vamos respeitar o próximo, seja ele cristão, judeu, kardecista, umbandista enfim, seja ele quem for e como for, pois este é o caminho para igualdade e ao amor ensinado pelo nosso pai e praticado com toda a fé por nosso irmão Dom Helder Câmara. E seguindo seu exemplo, Oxalá, consigamos construir uma sociedade mais humana.



Comentários